Capítulo I
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Ainda não é o capítulo final, tenho de rever e fazer algumas mudanças (não muitas :P), pois alguns dos diálogos e o nexo da história não está totalmente como eu quero :) Um Lobo negro perseguia-me sedento de sangue que tão depressa não ia desistir, era um Bound, quando são dadas ordens eles cumprem até ao fim. Correndo entre árvores tentava escapar-lhe mas era quase impossível, era demasiado rápido. Esquivava-me o mais que podia, se parasse nem que fosse um segundo para pensar, ou para tentar trepar a uma árvore era morta naquele instante. Quando olho para trás o Bound tinha desaparecido, isso não era bom sinal, significava que tinha ficado invisível, isto não era mesmo nada bom se movesse um único músculo teria num instante as minhas tripas completamente fora do meu corpo. Comecei a pensar em Belle e James
- Alt! Lass sie los! * - Wieso soll er aufhören! - Weil ich dich am leben will! Du weißt ganz genau dass mein Wolf sich night kontollieren kann. - Ist genug! Hör mit dem lügen auf! Um momento de silêncio instalou-se naquele momento, eu sabia que ele não iria dizer mais nada. Apenas agarrou em mim arrastando-me enquanto o lobo rosnava desejoso para me matar. Pouco depois de eu estar quase completamente gelada do arrastamento pois a estrada estava coberta de neve, chegamos a uma cabana de madeira que parecia estar abandonada há anos. Assim que entramos pegou em mim e amarrou-me a uma cadeira, dizendo mais algumas palavras em alemão que não consegui decifrar, deu meia volta deixando-me ali sozinha à espera de algo que ainda não sabia o que poderia ser. Fiquei amarrada durante horas que mais parecia uma eternidade, o frio era devastador, tremia imenso, já não conseguia sentir a minha cara nem as minhas mãos. Olhei para o relógio que havia naquela sala e esperando que estivesse certo, então eu não tinha muito tempo até aquilo voltar a acontecer. Gritei, tentei violentamente soltar as cordas mas não conseguia, desistindo voltei a gritar mas no intervalo do meu grito começo a ouvir passos lentos, sorrateiros lá fora. Poderia ser? Talvez… * - Alto! Solta! - Porque é que o fizeste parar? - Quero-te viva não morta! Tu sabes que o meu lobo não se sabe controlar - Basta! Chega de mentiras Os passos cada vez soavam mais perto, cada vez mais e depois um silêncio arrebatador, sustive a minha respiração com o nervosismo, quando um grande estrondo faz com que a porta vá abaixo. James. - Como é que conseguiste encontrar-me? – gritei de alegria - Foi fácil, segui-te. Eu sabia que não devíamos ter deixado ires sozinha. - Poderia ter corrido melhor mas aquele lobo decidiu aparecer. - Ok, esquece isso agora. Temos de sair daqui, está quase na hora Ivanka. - Eu sei… Cortando as cordas começamos a correr dali para fora. Quando já estávamos um pouco longe da cabana olhei para o meu relógio, não tínhamos tempo para fugir mais. - James! - O quê? Não temos mais tempo? Os outros devem estar aqui por perto. - Não há tempo! – gritei Ambos pegamos nos nossos relógios carregando num pequeno botão onde havia uma pequena agulha com veneno, respiramos fundo e picamos os nossos dedos. Sentindo o veneno a correr pelo meu corpo, percorrendo as minhas veias e comecei a sentir uma dor aguda. Mesmo antes de morrer ouvi vários gritos, eles estavam perto, sim, e estavam em perigo. Só esperava que eles tivessem tido tempo para o fazer como nós. Pouco depois vi a total escuridão. * Como era de esperar, estava a morrer novamente, a entrar no vazio escuro até que embato na escuridão e volto de novo à vida. Isto já era tão previsível que eu nem me incomodava a tentar sobreviver ou viver, mas isso é apenas o que penso, pois tenho razões para viver e não os posso abandonar. Abri os olhos, vi a imensa neve à minha volta, não fazia ideia onde estava. Ao meu lado James estava deitado no chão com um sorriso parvo na cara, ele também tinha morrido. Sentei-me ao lado dele e esperei que ele abrisse os olhos. Uns dez minutos depois de repente ele começa a voltar aos seus sentidos e levanta-se a sorrir sacudindo a neve da sua cabeça. - Bem, onde estamos desta vez? – perguntou ele. - Não faço a menor ideia. James era o meu irmão mais velho, apenas dois anos. Tinha feito os meus 20 anos há pouco tempo enquanto ele tinha 22 anos, mas aparentava ter 18 e por momentos a sua mentalidade voltava a essa idade novamente. - O teu cabelo mudou de cor novamente! – exclamou ele. - Sim, mas ainda não percebo porquê. – disse eu agarrando uma madeixa de cabelo. - Preferia quando estavas ruiva, o loiro fica-te mal. - Eu sei, estava habituada também. Mas mudando de assunto temos de encontrar os outros. - Sim, mas eles podem estar em qualquer lado, olha à tua volta. Havia neve por todo o lado que cobria por completo tudo o que havia à nossa volta, as árvores parecia que a sua cor natural era branca. Provavelmente viemos parar em algum sítio situado na Rússia. Mas porque tínhamos vindo para este lugar? Eu ainda não conseguia perceber porque tínhamos de morrer para viver, fugimos antes que pudéssemos saber de tudo, apenas sabíamos que se não fizemos morríamos de verdade, o fim da nossa vida. O pior de morrer é que por alguma razão não nos lembrávamos de nada duas horas antes, o mais estranho era a mutação que eu sofria, o meu cabelo simplesmente mudava de cor quando morria uma ou duas vezes. Temos um certo mês, dia e hora para morrer porque se falharmos nem que seja um segundo adeus vida. De ano a ano, em Outubro no dia 26 e exactamente às 17 horas, 55 minutos e 20 segundos precisamos de morrer nesse exacto momento. Eu sei que necessitávamos mas eu odiava, quando acabávamos com a nossa vida era extremamente doloroso, assustador e verdadeiramente obscuro. Suspirei e acordei dos meus pensamentos, mas quando olhei para o meu lado James já não estava lá, tinha estado assim tao absorta na minha mente? - Ivanka! Encontrei a Belle! – gritou James entre umas árvores. Graças a Deus que ele não tinha ido para longe. Rapidamente corri até ele, Belle estava deitada na neve junto a uma árvore com uma expressão que parecia estar em sofrimento. Quando ia-lhe pegar ao colo ela abre os olhos e grita agarrando o seu braço. - Belle, porque gritaste? – perguntou James com as mãos nos ouvidos. - Não sei, assim que acordei senti uma dor tão aguda. – choramingou Belle. Ela tinha apenas 11 anos, era a mais nova de todos e também a nossa irmã. Com cuidado para não a magoar peguei-a ao colo. - Temos de encontrar algo para poder pousar e ver o que aconteceu com a Belle em segurança. - Eu vou à frente, para ver se encontro algo. Caminhamos durante um bocado quando James mais à frente encontra uma cabana, tinha um aspecto velho e abandonada, era perfeita por agora. James desconfiado bateu à porta e sorrateiramente entrou, deu-me sinal que não havia ninguém. Assim que entrei vi uma cadeira com cordas, aquilo pareceu-me estranhamente familiar, ignorando fomos para outra divisão da cabana onde havia um sofá um pouco desgasto e com pó. Com cuidado deitei Belle onde James já tinha sacudido todo aquele lixo. - James, toma conta dela e vê se tem algo partido. Eu vou procurar os outros.. - Vai com cuidado. – advertiu James. Saindo do quarto passei pela cadeira novamente deixando-me inquieta, algo ali não estava bem mas ignorei e saí da cabana. Caminhei pela neve entrando na floresta em busca dos outros. Não podia deixar de achar estranho aquela cabana, tinha a sensação de ser-me familiar como em algum momento eu já estivesse estado lá, mas por mais que remexesse nas minhas memórias eu não conseguia lembrar-me. Os meus passos estavam lentos, cada passo que dava parecia que tinha um peso nos pés, a neve estava muito espessa e alta não me deixava andar com mais rapidez. Se continuasse assim iria demorar uma eternidade a encontrá-los, mas eu precisava de reunir-nos a todos, tínhamos de ficar juntos e eu não iria perder mais ninguém. Há três meses perdermos Léonid, o meu primo, Íris o nome do laboratório que andam atrás de nós conseguira raptá-lo apanhando-nos desprevenidos quando dormíamos numa pensão em Oslo. No meio da confusão conseguimos escapar, escondemo-nos durante dias até conseguirmos apanhar um avião para a Rússia com o último dinheiro que tínhamos. Queria um refúgio onde não nos encontrassem e o local que eu tinha em mente era perfeito, mas o frio iria ser devastador. Oymyakon, a aldeia mais fria do mundo que situa-se no Leste da Sibéria e junto ao rio Indigirka. Era perfeito ninguém iria procurar na aldeia mais remota e fria. Depois de chegarmos aconteceu-nos algo, tinha flashes de memórias mas não conseguia recordar de nada, tentei parecer forte e calma à frente de James mas na verdade estava assustada, temia o que podia acontecer aos outros que estavam separados de nós. Estávamos há poucos dias nesta aldeia, eu tinha a certeza que eles não nos iam encontrar aqui, mas se calhar estava errada. Continuei a caminhar entre as árvores e a neve já extremamente cansada, quando de longe vejo Erik e Pandora a discutir. - Diz a verdade Pandora! - Eu estou a dizer a verdade, eu não sei o que aconteceu mas não tenho nada a ver com a Íris. - Não mintas! Eu vi-te a falares com a Elsa! Erik era o único de nós que conseguia lembrar-se do último momento antes de morrermos. Mas o que se tinha passado com eles? Tentei aproximar-me para os ouvir melhor. - Eu não faço a menor ideia do que estás a falar! Eu não tenho contacto com eles, eu sou como vocês! - Nunca confiei em ti e agora deste-me mais razões para não confiar. - Chega! – gritei, aproximando-me deles. - Ivanka? – exclamou Erik. - Pandora… O que o Erik diz é verdade? - Não! Tu sabes que eu nunca iria trair-vos. Comecei a ponderar. - Erik, mantêm-na debaixo de olho, trataremos deste assunto mais tarde. - Com prazer. – sorriu maliciosamente. - Sabes dos outros? James, Belle e eu acordamos perto de uma cabana. - Não, eu apenas acordei aqui com a Pandora e infelizmente o que me lembro do último momento foi ela a falar com a Elsa. - Tenho um mau pressentimento, precisamos de encontrar a Anya e o Echo*. - Eles não devem estar muito longe daqui – disse Pandora. - Como sabes? – atacou logo Erik. - Não sei, apenas supus, para de estar assim na defensiva. - Não comecem outra vez, vamos para a cabana, está a ficar de noite e para os procurar vamos necessitar de luz. Voltando pelo caminho de onde vim que felizmente a neve ainda não tinha apagado as minhas pegadas, seguimos e começamos a caminhar até chegar à cabana. Enquanto caminhávamos Erik e Pandora continuavam a discutir atrás de mim, a minha paciência estava no limite, quando ia para gritar para pararem um floco de neve cai sobre o meu nariz, se começasse a nevar iria apagar as minhas pegadas e provavelmente ficaríamos perdidos. * Pronuncia-se Écou. Acelerei o passo mas não valeu a pena, nevou cada vez mais e apagou as pegadas. Parei, tinha de pensar como iríamos encontrar o caminho, eles nem deram conta da situação apenas a discutiam. Mas entre os seus gritos ouvi algo, pareciam passos e estavam a aproximar-se. - Façam silêncio, já! Sobressaltados por eu ter gritado pararam imediatamente, numa posição defensiva olho ao meu redor. Continuava a ouvir os passos e cada vez mais próximos de nós, Erik e Pandora ouviram e ficaram na defensiva. Seriam eles? Era demasiado cedo para terem conseguido encontrar-nos. Para lado que olhasse apenas via árvores e neve, não consegui identificar ninguém e os passos estavam muito próximos, demasiado, quase em cima de nós e depois o silêncio. Todos nós sustivemos a respiração, três sombras emergiram entre as árvores numa velocidade incrível. Uma delas correu até mim e de imediato atacou-me com uma faca fazendo um golpe profundo na minha cara. Recuei uns passos para ver quem me atacara, era uma rapariga da minha estatura, a cara dela e a sua estrutura parecia ser nova devia ter 16 ou 17 anos. Com um movimento rápido ela lançou-se sobre mim empunhando a faca, surpreendida pelo ataque desvio-me ferozmente e pego-lhe no antebraço tentando bloqueá-la e sem que lhe desse tempo agarro-a pelo pescoço. Dando uma pancada no seu joelho ela cai sobre o chão, com cuidado retiro-lhe a faca e atiro-a para longe, certificando-me que ela não voltaria a tentar atacar-me. Ainda agarrando na rapariga para que não escapasse olhei para o lado, Erik lutava contra um homem e Pandora resistia aos ataques de uma mulher, tinha-me esquecido completamente deles, estava tão focada em travar a rapariga que nem apercebi do que estava acontecer. Necessitava de algo para a amarrar, continuando a agarrar-lhe pelo pescoço retirei o meu cinto das calças e amarrei-a. Puxei o seu cabelo ruivo para poder ver a sua cara, olhava-me com fúria, os seus olhos verdes cheios de raiva que expressavam o ódio que tinha por mim. - Quem és? Quem vos enviou? - Lyan, спаси меня!* * Lyan, salva-me! Quando a rapariga gritou todas as atenções viraram-se para nós, Erik e Pandora aproveitaram o momento de distração dos inimigos para impedi-los de voltarem a atacar. O homem que vim a saber chamava-se Lyan, olhava para mim sorrindo, não um sorriso normal mas sim assustador, sádico, como se soubesse algo que eu não sabia. - Vou voltar a perguntar, quem são vocês? Quem vos enviou? – dirigi-me para Lyan, embora eu talvez já soubesse a resposta para tal. Mas apenas fiquei com silêncio, continuo a sorrir cada vez mais até que começou às gargalhadas como algum lunático. - Tu irás ser nossa! Não podes fugir de nós! Eram eles, foram capazes de nos encontrar e se estavam aqui então James e Belle podiam neste momento estar em perigo. Tínhamos de ir para a cabana imediatamente, olhei para Erik e acenei com a cabeça, entendendo o que eu queria deu um golpe no pescoço do homem deixando-o inconsciente e Pandora fez o mesmo. A rapariga olhou para mim com uma expressão de choque mas também de raiva e tentou soltar-se praguejando insultos em russo, mas não tinha tempo para isto num toque deixei-a também inconsciente, havia agora algo mais importante para eu me preocupar. Precisávamos rapidamente de ir ao encontro de James, deixando os corpos amarrados às árvores corremos o mais que podíamos, quando estávamos perto começamos a ouvir gritos, sem hesitar corri o mais que pude. Quando chegámos vimos um jipe ao lado da cabana com a marca Íris, eles já tinham chegado. |